Posso sentí-los, mesmo que não me sintam. Na minha pele, ardendo, não é o calor comum. Não é o quentinho confortável do meu cobertor. É uma queimadura de segundo grau, talvez? Mas que vale a pena aguentar. Os frutos são bons demais pra ficar com medo de um foguinho que pode acabar deixando cicatriz. Eu fico maneira de cicatriz.

E ainda sim, continuo sentindo. Encosto-me nos seus ombros e agarro-me nos seus desesperos. Eu não posso esmagar o desespero de todos eles, mas posso compartilhar pra dor não ser insuportável.

Mas se tem uma coisa que eu não gosto, é o quão fácil eu posso machucar todos eles. Me machucar faz parte, dá medo, mas depois eu me viro, me curo, me trato. Machucar eles? Se prova irreparável as vezes. Poucas vezes consegui resolver algo assim.

E ainda sim amo eles, todos eles. Mas ainda sou invalidado, dizem que é impossível amar tanto a tanta gente. Mas amo. Dói, e ao mesmo tempo, cura. Me edifica, e me desestabiliza. Mesmo que lá fora eu saiba me esgueirar, aqui é muito difícil não ser 100%, não ser intensa.

Apaixone-se por ideias, por coisas. Eu diria por pessoas, mas isso é clichê e dirão que tô falando romanticamente, mas não tô. (Se quiser se apaixonar romanticamente vai fundo, problema teu. Tô falando de algo mais interessante que isso.)

Acho que preciso parar de escrever no meio da madrugada.

Devo dizer que suas palavras foram quase bíblicas